
EDIFÍCIO JOELMA
O edifício Joelma foi inaugurado em 1971 na Avenida Nove de Julho, uma das mais movimentadas da capital paulista. Três anos depois, ele pegou fogo após um curto-circuito no sistema de refrigeração do Banco Crefisul, que ocupava boa parte do Joelma. O incêndio começou no 12º andar, durou mais de três horas, destruiu 14 pavimentos e deixou 187 mortos e mais de 300 feridos.
Apesar de apresentar estrutura de concreto armado, as chamas tomaram conta do edifício com rapidez, devido à grande presença de “materiais inflamáveis e da falta de regramentos preventivos ligados a incêndios que não eram obrigatórios à época como escadas de emergência, brigadas de incêndio ou plano de evacuação”. Além disso, os botijões de gás, nas copas das empresas, explodiram, lançando blocos de paredes para baixo.
A ausência de planejamento e infraestrutura para lidar com casos de incêndio foi muito prejudicial à evacuação do prédio. Helicópteros se aproximavam para resgatar indivíduos que lá estavam e para jogar toalhas molhadas. Mais de sessenta pessoas que fugiram para o terraço morreram carbonizadas. Vários indivíduos caíram ou se atiraram do edifício.
Juntamente ao caso do edifício Joelma, pode-se citar o Edifício Andraus, localizado na região da República, em São Paulo, que, no ano seguinte, passou também por um grande incêndio e, igualmente, teve evacuação e resgate dificultados pela ausência de planos de fuga e de infraestrutura para tanto.
Assim, os casos Joelma e Andraus foram, mais especificamente, expoentes para influenciar a criação da primeira regulamentação acerca da segurança contra incêndios no Brasil em meados de 1975. Desde então, o código legislativo vem recebendo aprimoramentos. O objetivo disso é possibilitar que, em caso de incêndio, possa-se impedir o alastramento das chamas, facilitar a evacuação e o resgate de indivíduos que ocupam o prédio, e agilizar o cessamento do fogo.